Espírito Santo - As cifras do futuro: R$ 60 bi em 972 projetos com 150 mil vagas
25 Outubro 2010
Há 10 anos, o Espírito Santo iniciava uma virada no seu desenvolvimento e comemorava, naquela época, 195 projetos que iriam gerar empregos e receitas no Estado. Era mesmo só o início de um futuro promissor. Estudo exclusivo do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) mostra que até 2014, o Estado terá 972 projetos, que trarão R$ 62,2 bulhões em recursos e vão abrir 150 mil oportunidades de empregos.
E como se esperava, as áreas que vão ser âncoras desse fututo, já chamado de terceira onda do desenvolvimento, são energia (petróleo e gás) e indústria (projetos industriais e construção civil). Essas áreas reúnem a maior parte dos recursos previstos, com pico das obras em 2012, abrindo 48,3 mil postos de trabalho.
O caminho do progresso ainda continua centrado na Região Metropolitana, mas já abriu caminho para outras áreas - Pólo de Linhares e Metrópole Expandida Sul - que mostram que já houve descentralização do desenvolvimento. A Região Metropolitana terá 421 projetos, abocanhará R$ 19, 3 bilhões e está em primeiro lugar. Mas a área de Linhares e Aracruz tem 98 projetos e investimento de R$ 16,5 bilhões. Já a região de Anchieta, receberá R4 11,3 bilhões.
Os projetos de investimentos previstos para as áreas de energia e indústria terão valores correspondentes a R$ 20 bilhões (32,2%) e 20,3 bilhões (32,7%) do montante total, com detaque para os projetos da Petrobrás e da Vale, que está implantando a oitava planta de pelotização. No tocante à demanda por trabalho, as áreas de siderurgia e atividades portuárias tedem ser as mais beneficiadas nos próximos anos, destaca o estudo do Instituto Jones dos Santos Neves.
CAPACITAÇÃO
A questão dos postos de trabalho representa oportunidades por um lado, mas també é motivo de preocupação. Segundo o presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdemec), Fausto Frizzera Borges, hoje não há número suficiente de capixabas qualificados para preencher as vagas que serão ofertadas nos próximos dois anos.
Os levantamentos do Instituto Jones apontam que os projetos previstos vão gerar 48.375 postos de trabalho em 2012 e 43.874 vagas em 2013. "Hoje não temos mão-de-obra treinada para ocupar todas as vagas e se não tem trabalhador aqui, as empresas vão buscar em outros estados", alerta. Se vierem pessoas de outros Estados, os capixabas não serão beneficiados com as oportunidades surgidas aqui.
A sugestão do presidente so Centro é que as empresas que estão planejando investimento no Espírito Santo façam parceria com as instituições que capacitam trabalhadores para garantir mão-de-obra qualificada. Esse período de elevados invstimentos, lembra Frizzera, representa oportunidade para os trabalhadores capixabas e também para as empresas locais.
RANKING DOS PRINCIPAIS INVESTIMENTOS ENTRE 2009-2014
1º Companhia Siderúrgica de Ubu (Vale) - Siderurgia - Anchieta
2º Ferrous - Mineradora - Presidente Kennedy
3º Ferrovia Litorânea Sul (Vale) - Ferrovia - Região Sul
4º Petrobrás - Nova Plataforma - cidade de São Mateus - Linhares
5º Petrobrás - Nova Plataforma - P-58 - Linhares
6º Petrobrás - Nova Plataforma - P-57 - Anchieta
7º Petrobrás - Unidades de Processamento de Gás - Linhares
8º Vale - Usina de Pelotização - Serra
9º EDP Escelsa - Energia eólica - Linhares
10º Governo do Estado e Prefeitura de Vitória - Corredor exclusivo para ônibus - Vitória
11º EDP Escelsa - Usina termelétrica Norte Capixaba - Linhares
12º Arcelor Mittal Tubarão - Expansão do terminal - Serra
13º Spectrum Energética Capixaba - Usina Termelétrica - Linhares
14º Jurong - Estaleiro - Aracruz
15º Petrobrás - Unidade de tratamento de gás - Anchieta
16º Vale - Modernização e ampliação do Porto de Tubarão - Aracruz
17º Petrobrás - Construção da Sede - Vitória
18º Petrobrás - Porto Cacimbas - Golfinho - Linhares
19º Carta Fabril - Fábrica de Papel Higiênico - Aracruz
20º Vale - Ampliação de pátios - Serra
ANÁLISE RIQUEZA ESTÁ MAIS BEM DISTRIBUÍDA MATHEUS ALBERGARIA DE MAGALHÃES Coordenador de Estudos Econômicos do Instituto Jones dos Santos Neves Ao analisar o estudo, vale destacar a força da economia do Espírito Santo, que foi fortemente afetada pela crise internacional, mas que deu sinais rápidos de recuperação. A Redução de 1,43% em comparação ao montante dos investimentos do quinquênio anterior (2008-2013) foi até menor que o previsto. O valor caiu pouco, de R4 63,1 bilhões para R$ 62,2 bilhões (2009-2014). A descentralização dos investimentos também chama a atenção. É constatada uma leve tendência de descentra-lização dos investimentos da Região Metropolitana para o interior. Outras regiões do interior começam a sediar parte dos projetos previstos para o quinquênio. Queria destacar, ainda, os investimentos previstos para a área de educação, que estão crescendo. Na avaliação dos economistas a educação é o principal instrumento para reduzir as desigualdades. O levantamento só captou projetos com valores acima de R$ 1 milhão, mas sabemos que existem inúmeros projetos previstos e em execução com valores abaixo de R$ 1 milhão na área educacional. A área de petróleo e gás, que recebe grande parcela dos investimentos, deverá continuar a receber investimentos pesados. Ainda não se sabe como ficará a questão dos royalties, por causa da polêmica decisão do Congresso de modificar a partilha do dinheiro, mas tudo indica que não ocorrerão alterações substanciais na questão dos investimentos. |
Fonte: Jornal A Gazeta - 25/07/2010
Compilação: http://www.marketnegocios.com.br/site/novidades acesso em: 24/10/2010